O Sinpro

Publicado em 12.11.2012 22:59:00

O Sindicato dos Professores no Estado da Bahia foi fundado em 1963 para lutar em favor dos professores e professoras da Rede Particular de Ensino. Desde então, já era grande a preocupação do SINPRO-BA com a questão democrática. Buscava-se representação do sindicato no Conselho de Alfabetização pelo método Paulo Freire e empenhava-se também por um representante no Conselho Estadual de Educação. Porém, com o Golpe Militar de 1964, o Sinpro fica dois anos sob intervenção e até 1980 permanece neutro e assume uma postura “pelega”.

A partir da “retomada” de1980, apostura dos professores é eminentemente política. A diretoria do Sinpro-Ba preocupava-se com as campanhas, com as mobilizações que visavam a melhoria dos salários e das condições de trabalho do professorado e também com a conjuntura política que o país atravessava. Iniciava-se, assim, uma fase de conquistas para a categoria, que se ampliaram até o avanço do neoliberalismo nos anos 1990.

Em 1996 uma greve mobilizou bastante a categoria, obrigando o sindicato patronal a propor uma Convenção Coletiva com muitos ganhos para o professorado. Faltou, entretanto, sensibilidade ao Comando de Greve para sair no momento certo do movimento. Prevalecia a lógica de que o patronato tinha algo mais a oferecer, bastava que se prolongasse o movimento. Mas, não foi o que se verificou; acuado o patronato resolveu apelar para o dissídio no TRT, onde o Sinpro ganhou todas as cláusulas. O sindicato patronal negou a maioria das reivindicações e recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho, que deferiu grande parte do pedido dos patrões.

Apesar dessa derrota, durante todo o período de tentativas frustradas de reconstrução da nossa Convenção Coletiva, o Sinpro conseguiu realizar com êxito os Congressos e Jornadas Pedagógicas programadas, tendo inclusive realizado seu Primeiro Congresso Extraordinário, com pauta essencialmente política. Nesse período, foi também notável o trabalho desenvolvido pelo nosso Departamento Jurídico, devido à ofensiva sobre os direitos do professorado, assim como se deve destacar o trabalho do Departamento de Saúde, na conscientização e prevenção das doenças ocupacionais, decorrentes da superexploração do trabalho docente.

Em 2001, os setores mais mobilizados do professorado conseguiram se fazer respeitar definitivamente, sendo que para isso foi necessário que a Diretoria permanecesse na sede do sindicato patronal por 24 horas, até que se efetivasse as negociações. Foi um acontecimento marcante na luta do professorado, pois significou o momento culminante de uma estratégia traçada: a de fazer os patrões reconhecerem o Sinpro como verdadeiro e único representante dos professores.

Desde então, o Sinpro vem se fortalecendo com a sua categoria, aumentando o número de sindicalizações, e se impondo perante o patronal com a ampliação da sua Convenção Coletiva no intuito de que ela atenda de fato aos anseios dos professores e das professoras da rede particular de ensino.