Apresentação

OS (HI) ATOS PEDAGÓGICOS DO INSTITUTO SOCIAL DA BAHIA
Publicado em 07.07.2014 17:46:47

O que faz uma escola ser considerada boa? Certamente poderíamos relacionar uma série de itens, baseados em autores renomados e pensadores da Educação que marcaram a História ao longo do processo educativo a que o homem se submete desde tempos imemoriais.

Apesar de iniciarmos suscitando a possibilidade do que seja uma boa escola, esse texto tem a triste tarefa de denunciar uma Escola como um lugar de angústia e assédio moral aos seus professores, bem como um desencontro de ideias que paradoxalmente contradiz as teses pedagógicas consideradas relevantes a serem seguidas no ambiente escolar.

Começamos afirmando que uma escola que ultrapassa o número de 50 ALUNOS EM UMA SALA DE AULA, no Ensino Fundamental, não está preocupada com o desempenho cognitivo de seus estudantes, muito menos com suas especificidades tão necessárias de serem atendidas quando se fala de jovem. 

Segundo, mudar o CONSELHO DE CLASSE (CC) para uma forma que exclui os professores da turma, colocando nas mãos de apenas um professor a visão pedagógica dos estudantes, por um lado, reduz a finalidade dessa instância e se distancia de uma pedagogia crítica e, por outro, deixa o professor representante (o único convidado a participar do CC) numa situação constrangedora frente ao seu grupo de colegas, pois ele não tem condições de sozinho apresentar um diagnóstico da turma e é obrigado a fazê-lo, sabendo que o seus colegas estão considerando aquilo altamente antiético e antipedagógico

O Conselho de Classe, instância consultiva e deliberativa da escola, para assuntos de natureza pedagógica, didática e disciplinar, perspectiva o acompanhamento do estudante no que tange os aspectos qualitativos e quantitativos da sua formação, garantindo o seu direito à aprendizagem.

Vale ressaltar que essa nova modalidade de Conselho de Classe esvazia o olhar pedagógico e contraria o próprio Regimento Interno da escola. Ela é uma manobra para o descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, que determina o pagamento de hora-extra ao Conselho de Classe. Uma atitude lamentável, mesquinha, em que todos perdem, principalmente, as crianças e os jovens estudantes.

Em terceiro lugar, não existem mais as COORDENAÇÕES PEDAGÓGICAS (CP) semanais, para que assuntos do cotidiano da sala de aula possam ser resolvidos e antecipados, de maneira que o estudante seja realmente o objetivo maior da Instituição. O que existe são Reuniões burocráticas mensais, indefinidas, pois não se sabe calendário, datas de projetos, nem o que se fazer no coletivo, até que se apresenta a avaliação institucional como uma ameaça subliminar de que os tempos de fiscalização e de enquadramento do professor estão abertos.

É nesses tempos obscuros que o quarto ponto se apresenta para concluirmos que numa Escola como essa há algo de errado, muito errado: O ASSÉDIO PRATICADO SOBRE OS PROFESSORES. Não se discute, determina-se, impõe-se, obriga-se e quem discute ou apresenta um caminho diferente, ou procura esclarecimento não encontra resposta ou é tachado de inimigo. Professor perseguido, uma política de advertências sem nenhum antecedente, tratando professor como um opositor. Angústia, medo, silêncio, impotência não são sentimentos saudáveis para um quadro de docentes de uma Escola que se projeta com uma nova proposta pedagógica e com a mensagem de um espaço preocupado com a formação humana de seus alunos.

Que olhar esta instituição de ensino espera do seu corpo docente, discente e de toda a comunidade onde ela está inserida? Será que os pais estão cientes dos métodos adotados pela escola a que confiam seus filhos? As práticas recorrentes não apontam para uma postura de contemplação ou indulgência, pois há muito é sabido que o seu norte pedagógico foi perdido, para não falar do administrativo. Onde esta instituição guardou a ética, e até mesmo os princípios religiosos que nortearam as suas ações ao longo dessas últimas décadas? Esta é uma instituição a se recomendar ou é uma instituição adoecida que precisa urgentemente de tratamento?

HÁ ALGO DE ERRADO NO ISBA.

Sindicato dos Professores no Estado da Bahia

A Diretoria