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Secretaria da Educação do Estado lança livro sobre mortos e desaparecidos baianos no período da Ditadura
Publicado em 28.03.2014 13:01:49

Com o objetivo de trazer para o presente uma parte da história brasileira não tão conhecida por grande parte da juventude, o Governo do Estado da Bahia, por meio das secretarias da Educação e de Cultura, lança, na próxima quarta-feira (2/4), às 19h, na Biblioteca Pública dos Barris, o livro Mortos e Desaparecidos Baianos. A publicação, editada pela Secretaria da Educação do Estado, reúne as trajetórias de vida e de luta de 30 baianos que tombaram no embate contra a opressão e a violência do estado ditatorial, entre os quais, Carlos Marighella e Maurício Grabois.

O lançamento é parte do projeto Ditadura Militar Direito à Memória: 50 anos do golpe de 1964, lançado pela Secretaria da Educação e de Cultura, em julho de 2013. Com efeito educativo e formador em novas gerações, o livro cumpre o papel de resgate histórico e preservação da memória brasileira. Os textos, extraídos do livro-relatório Direito à memória e à verdade – Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, editado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2007, registram a tragédia de centenas de brasileiros e brasileira, vítimas da ditadura militar.

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A proposta da Secretaria da Educação, ao lançar Mortos e Desaparecidos Baianos, é que o livro possa esclarecer fatos históricos a partir do que outros jovens sofreram em passado recente. “Nosso intuito é, sobretudo, que essa publicação seja um instrumento para discussões e reflexões em sala de aula, levando nossos estudantes a se tornarem guardiães da liberdade que, hoje, usufruímos e que custou tantas vidas”, explica o secretário da Educação, Osvaldo Barreto.

A proposta da Secretaria da Educação, ao lançar Mortos e Desaparecidos Baianos, é que o livro possa esclarecer fatos históricos a partir do que outros jovens sofreram em passado recente. “Nosso intuito é, sobretudo, que essa publicação seja um instrumento para discussões e reflexões em sala de aula, levando nossos estudantes a se tornarem guardiães da liberdade que, hoje, usufruímos e que custou tantas vidas”, explica o secretário da Educação, Osvaldo Barreto.

O secretário de Cultura, Albino Rubim, também fala sobre a importância do projeto. “Para compreender o clima de violação dos direitos humanos que se instalou no Brasil a partir do golpe civil-militar de 1964, é imperativo voltar ao passado. As origens do sistema de violência oficial remontam aos séculos de extermínio de indígenas e de escravização de africanos e afrodescendentes. E a vitória da democracia, em todos os tempos, é fruto de sacrifício extremo da própria vida”.

Feridas do passado – As histórias contidas no livro expõem feridas do passado, testemunhando a tragédia de pessoas, na sua maioria com idade entre 18 a 24 anos. “A leitura deste livro provocará reações emocionais. O golpe que implantou uma longa ditadura foi traumático para todo o País, em especial para a sua juventude e suas famílias. Senti essa dor mais de perto pois tive amigos, a exemplo de Vandick Reidner Pereira Coqueiro, que foi meu colega de escola, além do meu primo Uirassu Assis Batista, vitimados por essa tragédia. Eles estão entre os mortos e desaparecidos, registrados no livro. Mas é preciso conhecer essas histórias para compreender e, assim, impedir que volte a acontecer uma ditadura no País”, relata o secretário Osvaldo Barreto.

O livro, que tem apresentação do professor de história do ensino médio, José Carlos de Souza – ex-militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), preso e condenado aos 21 anos, pelo Regime Militar. Traz histórias de jovens que foram presos, torturados e mortos, como a de Stuart Edgard Angel Jones (1945-1971), filho da estilista de alta costura, Zuzu Angel, assassinado na base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. As circunstâncias de sua morte sob torturas no pau-de-arara foram narradas, em carta deixada à sua mãe, pelo preso político Alex Alverga, que esteve com ele naquela unidade da aeronáutica. Zuzu foi morta, em março de 1976, sem nunca descobrir qualquer indício do paradeiro do filho.